O Que Poderia Ter Levado Deise dos Anjos ao Suicídio? Entenda os Fatores por Trás da Morte
Deise Moura dos Anjos, de 42 anos, principal suspeita de envenenar membros da família do marido com um bolo contaminado por arsênio, foi encontrada morta na manhã da última quinta-feira (13) em sua cela na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, no Rio Grande do Sul. As autoridades trabalham com a hipótese de suicídio.
Deise estava detida desde 5 de janeiro, acusada de envenenar um bolo de frutas cristalizadas consumido por sete pessoas da mesma família em Torres, no Litoral Norte gaúcho, na véspera de Natal de 2024. O incidente ocorreu na morte de três pessoas: Neuza Denize Silva dos Anjos, de 65 anos; Maida Berenice Flores da Silva, de 59; e Tatiana Denize Silva dos Anjos, de 47 anos. A Polícia Civil também investigou a possível participação de Deise na morte de seu sogro, Paulo Luiz dos Anjos, ocorrida em setembro do mesmo ano, após a ingestão de alimentos concluídos entregues por ela.
De acordo com o chefe da Polícia Civil, delegado Fernando Sodré, Deise foi encontrada enforcada com uma camiseta transformada em corda, no fundo da cela. Ela estava sozinha no momento do ocorrido. Antes de sua morte, Deise deixou escritos que indicavam um possível estado de depressão, nos quais mencionava ter feito “coisas impensadas” e afirmava não poder “desfazer o passado”.
Informações revelam que, um dia antes de sua morte, Deise recebeu a visita do advogado de seu marido, Diego dos Anjos, que comunicou a intenção de seu esposo pedir o divórcio. Após receber a notícia, Deise teria apresentado mudanças comportamentais significativas. Os advogados da família afirmaram que tentaram alertar a administração penitenciária sobre o estado emocional de Deise, mas não obtiveram retorno imediato.
Deise havia sido trasferida do Presídio Estadual Feminino de Torres para a penitenciária em Guaíba em 6 de fevereiro, por questões de segurança, após relatos de ameaças e tentativas de agressão por parte de outras detentas. A Polícia Penal informou que ela recebeu atendimentos psicológicos e de saúde durante sua detenção.
As causa da morte estão sendo investigadas pela Polícia Civil e pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP). A defesa de Deise e seus familiares foram informados sobre o ocorrido por meio da imprensa, antes de qualquer comunicação oficial, o que gerou críticas quanto à condução do caso.
A morte de Deise levanta questionamentos sobre o andamento das investigações relacionadas aos envenenamentos e sobre as condições de sua detenção, especialmente no que tange ao suporte psicológico oferecido e às medidas de prevenção ao suicídio dentro do sistema prisional.