Feminicídios no Brasil triplicaram em 10 anos e acenderam alerta para combate à violência de gênero
O Brasil enfrenta um cenário alarmante de violência contra a mulher. Dados do Ministério da Justiça revelam que, na última década, 11.859 mulheres foram assassinadas em crimes tipificados como feminicídio. Desde a criação da Lei do Feminicídio em 2015, o número de casos quase triplicados, passando de 535 registros no primeiro ano para mais de 1.200 em 2024.
Especialistas apontam diferentes fatores que explicam esse aumento. O crescimento da violência no país, o fortalecimento das redes de denúncia e as melhorias nos registros de crimes são algumas das razões que explicam a alta. Embora o sofrimento das leis tenha colocado o feminicídio como crime hediondo, com penas que variam entre 20 e 60 anos de prisão, a impunidade e a falta de políticas públicas eficazes continuam sendo desafios no combate a essa realidade.
Causas e desafios no combate ao feminicídio
Pesquisadores na área de segurança pública destacam que a violência de gênero é enraizada em questões estruturais, como o machismo, a desigualdade social e a dependência financeira de muitas mulheres em relação aos seus agressores. Além disso, muitas vítimas enfrentam dificuldades para denunciar abusos por medo de represálias ou pela falta de acolhimento nos órgãos responsáveis.
Outro ponto preocupante é que, segundo levantamentos de organizações de direitos humanos, a maioria dos feminicídios ocorre dentro de casa, cometidos por companheiros ou ex-companheiros das vítimas. Isso reforça a necessidade de políticas de prevenção, como o fortalecimento de medidas protetivas e campanhas de conscientização sobre a violência doméstica.
Medidas e caminhos para reduzir os números
Diante desse cenário, especialistas reforçam a importância de investimentos em delegacias da mulher, abrigos de seguros e programas que incentivam a independência financeira das vítimas. Além disso, o avanço tecnológico permitiu que aplicativos de denúncia e dispositivos de monitoramento sejam aliados no combate à violência.
Apesar dos desafios, há iniciativas que trazem resultados positivos. A Patrulha Maria da Penha, presente em diversas cidades do Brasil, tem sido um exemplo de política pública eficiente ao monitorar mulheres com medidas protetivas e coibir ações violentas de agressores reincidentes.
O combate ao feminicídio é uma luta contínua que exige comprometimento do poder público e da sociedade. A conscientização e o fortalecimento de redes de apoio são fundamentais para proteger vidas e garantir que cada mulher tenha o direito de viver sem medo.