O atirador que disparou contra sua família e policiais em Novo Hamburgo, Edson Fernando Crippa, tinha um histórico de esquizofrenia e possuía armas registradas, além de munições. Moradores da área relataram que acompanharam seu crescimento e o descreveram como uma pessoa muito reservada, assim como seus pais.

Na noite de terça-feira (22), Everton Luciano Crippa, irmão do atirador, e sua esposa foram à casa onde moravam juntos. Vizinhos comentam que a reunião familiar era para celebrar o aniversário da matriarca na próxima sexta-feira (25).

Após uma discussão, o pai, Eugênio Crippa, de 74 anos, acionou a Brigada Militar por volta das 22h, relatando maus-tratos por parte do filho. Ao perceber a presença dos policiais, Edson iniciou um episódio que chocou até os policiais mais experientes, incluindo o comandante da BM, coronel Cláudio Santos Feoli.

O homem disparou aproximadamente 300 tiros com armas de calibre 9mm e .380, atingindo pelo menos nove pessoas, incluindo familiares e agentes da Brigada Militar e da Guarda Municipal. Tanto Eugênio quanto o policial Éverton Kirsch Júnior, de 31 anos, morreram devido aos ferimentos. Everton, o irmão, também faleceu no hospital.

Em uma coletiva de imprensa na manhã de quarta-feira (23), o delegado Fernando Sodré, chefe da Polícia Civil, informou que o atirador tinha um histórico de quatro internações por esquizofrenia. A irmã dele mencionou comportamentos violentos, mas não havia registros de ocorrências. Edson não possuía antecedentes criminais. O pai era motorista de ônibus, enquanto o filho trabalhou como caminhoneiro e teve um emprego temporário no IGP entre 2002 e 2003.

Apesar de seu histórico psiquiátrico, Edson tinha porte de arma como Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), com registros no Sinarm (Polícia Federal) e no Sigma (Exército). O secretário de Segurança Pública do RS, Sandro Caron, destacou que a legislação exige exame psicológico para a posse de armas, alertando que a concessão desse acesso a alguém com esquizofrenia pode resultar em tragédias.

As investigações preliminares não indicam premeditação, mas o delegado Sodré observou que havia algum tipo de planejamento, com estoques de água e Gatorade, além de 300 munições não disparadas no quarto do atirador.

Embora não se saiba se ele estava associado a um clube de tiro, a polícia confirmou que ele tinha habilidades de tiro. Durante o ataque, ele também derrubou dois drones da polícia e houve troca de tiros ao longo da madrugada, com o cerco policial se estendendo por cerca de nove horas.

Por volta das 8h30, os policiais entraram na casa e encontraram o corpo do atirador, sem sinais de suicídio, e ainda não se sabe quando exatamente ele morreu. Até o final da manhã, os agentes do Instituto-Geral de Perícias (IGP) continuavam as investigações no local.

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