Rússia sinaliza abertura para fornecer metais de terras raras aos EUA, mas desafios geopolíticos dificultam a cooperação

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   Metais de terras raras são essenciais na fabricação de componentes para veículos elétricos, smartphones, sistemas de mísseis e outros dispositivos eletrônicos. Embora a Rússia detenha uma quinta maior reserva mundial desses metais, com estimativas de 3,8 milhões de toneladas, a capacidade de processamento interno ainda é limitada, produzindo cerca de 2.500 toneladas de concentração concentrada anualmente.

   Além da cooperação em terras raras, Putin sugeriu que a Rússia poderia fornecer até 2 milhões de toneladas de alumínio por ano ao mercado americano, caso as barreiras comerciais impostas em 2023 sejam removidas. Antes dessas restrições, a Rússia era responsável por até 15% das importações de alumínio dos EUA.

   O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, enfatizou que, embora a Rússia tenha planos próprios para o desenvolvimento de recursos estratégicos, há amplas perspectivas de cooperação com os EUA nesse setor. No entanto, ele ressaltou que a normalização das relações bilaterais e a resolução da crise ucraniana são pré-requisitos para a concretização de qualquer acordo econômico significativo entre os dois países.

   Paralelamente, os EUA e a Ucrânia estão em negociações para um acordo que permitirá às empresas americanas o acesso aos minerais estratégicos ucranianos. Putin afirmou que essas discussões não são motivo de preocupação para a Rússia, destacando que o país possui recursos de terras raras significativamente superiores à Ucrânia.

   Uma potencial colaboração entre a Rússia e os Estados Unidos no setor de metais de terras raras poderia redefinir as cadeias globais de fornecimento desses recursos críticos. Essa parceria poderia reduzir a dependência de ambos os países da China, que atualmente domina o mercado global desses materiais essenciais para a tecnologia e a indústria de defesa.

   No entanto, obstáculos políticos e geopolíticos ainda representam desafios recentes para qualquer avanço nessa cooperação. A guerra na Ucrânia e as sanções impostas à Rússia complicam a negociação de acordos bilaterais. Além disso, os EUA vêm buscando diversificar suas fontes de terras raras por meio de parcerias com países aliados, como a Austrália e o Canadá.

   Se as barreiras políticas forem superadas, um acordo entre Moscou e Washington nesse setor poderia beneficiar ambas as economias e garantir maior estabilidade no fornecimento de metais estratégicos para as indústrias tecnológicas e militares do Ocidente. 

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