A técnica secreta para um chá perfeito revelada por cientista americano

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white ceramic teacup on white ceramic saucer

Uma tempestade em xícara de chá: a proposta salgada

Vamos falar de tradição versus ciência, pessoal. Se tem uma coisa que os britânicos levam a sério, é seu chá. Imaginem o susto quando uma cientista dos Estados Unidos, a mais de 5.000 km de distância, sugere que eles estão esquecendo de um ingrediente crucial: sal. Isso mesmo, você não leu errado. Professora Michelle Francl, uma química do Bryn Mawr College na Pensilvânia, causou comoção ao afirmar que uma pitada de sal pode ser o segredo para o chá perfeito. E não estamos falando de um gostinho salgado perceptível, mas de uma quantidade mínima que contra-ataca o amargor da bebida.

Reação britânica: entre a surpresa e a diplomacia

Não é todo dia que uma sugestão culinária vira caso de diplomacia, mas até a embaixada dos EUA entrou na história. Com bom humor, fizeram questão de esclarecer que a ideia de adicionar sal ao chá britânico não é, repito, não é uma política oficial do Tio Sam. A história ganhou tanta atenção que “X”, o antigo Twitter, virou palco dessa discussão transatlântica.

Do passado à ciência moderna: a justificativa química

Apesar da novidade para muitos, a adição de sal ao chá não é uma invenção da era moderna. Manuscritos chineses do século VIII já mencionavam essa prática. Segundo Francl, o que temos agora é um entendimento químico mais apurado. O sal atua bloqueando os receptores que nos fazem sentir o amargor, especialmente quando o chá fica tempo demais em infusão, resultando em um paladar mais suave e agradável.

Um convite à experimentação e mais dicas para o chá ideal

Francl, que cultiva seu amor pelo chá desde os 10 anos, não quer desencadear incidentes internacionais, mas convida os amantes dessa bebida a experimentar. Em seu livro Steeped: The Chemistry of Tea, publicado pela Royal Society of Chemistry, ela documenta suas pesquisas. E o segredo não é só sal, viu? A professora defende o uso de folhas soltas em vez de saquinhos e recomenda mexer o chá constantemente, além de pré-aquecer a xícara e o leite — este último adicionado somente após o chá ser servido.

Outros conselhos incluem:

  • Fugir do micro-ondas para aquecer a água, pois pode formar uma “nata” e alterar o sabor;
  • Utilizar canecas curtas e robustas para manter o chá aquecido por mais tempo;
  • Adicionar umas gotinhas de limão para eliminar a tal “nata”.

O debate do micro-ondas: hábitos americanos sob escrutínio

Por incrível que pareça, esquentar chá no micro-ondas é um hábito comum nos EUA, mas Francl é categórica: os americanos têm práticas terríveis na arte de fazer chá. Ela argumenta que um bom chá é parte da hospitalidade e que, ao chegar no Reino Unido, sabe que encontrará uma boa xícara. E quanto à relação teuto-americana? Enquanto a embaixada dos EUA brinca em manter suas “práticas adequadas” de usar o micro-ondas, o gabinete do Reino Unido mantém-se firme no uso da chaleira tradicional.

E aí, você topa testar essa dica ou prefere não arriscar mexer na sua receita de chá? De qualquer forma, a ciência e a tradição sempre encontrarão terreno comum na paixão por uma boa bebida.

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